segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Deus chama quem quer, quando quer e como quer



O americano Ashbel era filho de médico. Os suecos Gunnar e Daniel eram filhos de sitiante e jardineiro, respectivamente. Os três nasceram em lares evangélicos e foram criados no temor do Senhor: Ashbel era presbiteriano; Gunnar e Daniel, batistas. A vida de Ashbel foi afetada por um avivamento religioso ocorrido em Harrisburg, na Pensilvânia, na primeira metade de 1855; as vidas de Gunnar e Daniel, por um avivamento ocorrido em Chicago, por volta de 1909. Como consequência, os três se consagraram ao Senhor. O que chamou a atenção de Ashbel para missões transculturais foi um sermão de seu professor de teologia sistemática, Charles Hodge, pregado na capela do Seminário Teológico de Princeton, uma cidadezinha entre Nova York e Filadélfia, no estado de Nova Jersey, na primavera de 1855. Ashbel tinha então 22 anos. O que chamou a atenção de Gunnar e Daniel para missões transculturais foi uma profecia de um patrício e irmão na fé chamado Adolf Ulldin, proferida na cozinha da casa deste em South Bend, uma cidade no extremo norte do estado de Indiana, no verão de 1910. Naquele ano, Gunnar tinha 31 anos e Daniel, 26. Os três eram solteiros e sentiram claramente o chamado de Deus para exercerem seus ministérios no Brasil. O que levou Ashbel a se decidir pelo Brasil foi o desafio a ele apresentado pelo secretário da Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. O que levou Gunnar e Daniel a se decidirem pelo Brasil foram os detalhes da visão de Adolf Ulldin: Deus os estava chamando para um lugar, em alguma parte do globo, que se chamava Pará, de clima muito diferente, e a viagem seria em um navio que sairia de Nova York em 5 de novembro daquele ano. Depois de pesquisarem em uma biblioteca, os dois jovens suecos descobriram que o Pará era um estado do Norte do Brasil. Os três, ainda solteiros, vieram para o Brasil: Ashbel desembarcou no Rio de Janeiro em agosto de 1859; Gunnar e Daniel desembarcaram em Belém do Pará, meio século depois, em novembro de 1910. Em obediência às indicações do Senhor, o americano Ashbel Green Simonton fundou a Igreja Presbiteriana do Brasil, e os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg fundaram as Assembleias de Deus no Brasil. Até hoje há quem julgue fantástico demais o chamado de Gunnar e Daniel. Entre estes estão os membros das denominações históricas. Até hoje há quem julgue racional demais o chamado de Ashbel. Entre estes estão os membros das denominações pentecostais. O certo, porém, é que Deus é soberano e fala “muitas vezes e de muitas maneiras” (Hb 1.1), até mesmo por meio de uma jumenta (Nm 22.28). O que se requer, em todos os casos, é a autenticidade do processo, que o tempo se encarrega de mostrar, como explicou ao Sinédrio o sábio Gamaliel (At 5.33-39).

Fonte: Revista Ultimato

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