Comentários do Segunto Trimestre da Escola Biblica Dominical
Os nomes e símbolos do Espírito Santo ensinam-nos a respeito da natureza desta Pessoa Divina.
A consciência de que o batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta da salvação e é válida para os nossos dias é elemento distintivo do movimento pentecostal
Agora vocês podem fazer o download dos comentários das lições da EBD deste primeiro trimestre de 2011. Basta clicar no título e a página será direcionada para o download.
Excelente comentários para os professores da Escola Dominical e pra quem quer ampliar seus conhecimentos Bíblicos.
Comentários do Professor e Doutor Caramuru Afonso Francisco
(Clique no texto para fazer o download)
Apêndice 1: O crescimento da Igreja PrimitivaLição 1: A ação do Espírito Santo através da Igreja
Lição 2: A ascenção de Cristo e a Promessa de Sua Vinda
Lição 3:
Lição 4: O poder irresistível da Comunhão na Igreja
Lição 5: Sinais e Maravilhas na Igreja
Lição 6: A importância da Disciplina na Igreja
Lição 7: A assistência social, um importante negócio
Lição 8: Quando a Igreja de Cristo é Perseguida
Lição 9:
Lição 10:
Lição 11: O Primeiro Concílio da Igreja
Lição 12: As Viagens Missionárias de Paulo
Apêndice 2: O Governo da Igreja Primitiva
Gloucester, 1780
Convidamos o leitor para nos acompanhar numa pequena viagem à Inglaterra do século XVIII.
Vamos parar aqui em Gloucester, não muito distante de Londres.
A revolução industrial acha-se em processo. A primeira máquina movida a vapor foi patenteada por James Watt há 11 anos. A máquina de tear de James Hargreaves há dez. A transformação traz sérios problemas sócio-econômicos, com implicações morais e religiosas. Há muitos crimes. Bebe-se como nunca. Os divertimentos populares são grosseiros. Não há instrução. As leis são aplicadas de modo brutal. As prisões são antros de doenças e iniquidades. A miséria das classes pobres é alarmante.
Vamos agora à Rua Sonthgate. Aquela casa de três andares e três sótãos, à esquerda, é residência do jornalista e filantropo Robert Raikes. Ele é também proprietário do Gloucester Journal, fundado por seu pai, há 68 anos. Este homem de 44 anos vem-se preocupando muito com a situação moral e espiritual do país. Tem usado seus recursos para mitigar os sofrimentos dos que se acham presos na tentativa de recuperá-los. Observou que a ignorância tem sido uma das principais causas do crime. Há em Gloucester uma fábrica de alfinetes que oferece emprego para muita gente, especialmente crianças. Ainda não existe a semana inglesa. Só não se trabalha aos domingos. Com estas observações na cabeça, Raikes teve a brilhante idéia de organizar uma escola dominical. Mas esta escola não cuidaria apenas da educação secular. Ela daria ênfase à educação religiosa e teria a Bíblia como livro-texto. Assim muitas crianças pobres receberiam educação que as desviariam do vício e do crime.
A escola dominical de Robert Raikes começou em 20 de julho de 1780 e se espalhou com incrível velocidade. João Weley deu total apoio ao movimento. Em 1875 organizou-se em Londres a Sociedade Para Promoção das Escolas Dominicais nos Domínios Britânicos. No ano seguinte havia 200.000 crianças matriculadas. Uma sociedade idêntica surgiu em Filadélfia, EUA, em 1790. Os missionários levaram a Escola Dominical para os campos de missões através do mundo. No Brasil, a primeira Escola Dominical nasceu em Petrópolis, RJ, no dia 19 de agosto de 1855 em casa do médico e missionário escocês Robert Reid Kalley. Neste dia havia cinco crianças presentes e a esposa do missionário contou a história de Jonas.
Raikes descobriu que é mais fácil ganhar uma criança para Cristo do que um adulto já estragado e corrompido. Como os problemas sociais e morais de hoje não são muito diferentes dos problemas de 220 anos atrás, vale a pena tentar resgatar um pouco do cunho social que deu origem à nossa escola dominical.
A Perigosa Influência da Televisão
A televisão é uma das mais fantásticas invenções do século XX. Ela trouxe inúmeros benefícios para a sociedade. A comunicação tornou-se precisa ágil e global. Ela encurtou as distâncias, democratizou a informação e abriu os canais do conhecimento para todos, em todos os lugares do mundo. Não obstante os grandes benefícios trazidos pela televisão, ela, também, pode tornar-se um grande perigo para a sociedade. Exatamente por sua poderosa influência, quando mal usada, torna-se perigosa. John Stott, ilustre escritor britânico, num dos seus livros sobre pregação, alerta sobre os perigos da televisão:
1. A preguiça mental – A televisão tende a tornar as pessoas mentalmente preguiçosas. Ela atrai, seduz, vicia e manipula as pessoas. É surpreendente a quantidade de tempo que as pessoas passam diante da televisão. Em média as pessoas gastam de três a cinco horas por dia diante da televisão. A televisão torna-se um vício e esse vício leva as pessoas a se tornarem passivas. Elas deixam de pensar e tornam-se preguiçosas mentalmente. A televisão tende a destituir as pessoas da crítica intelectual, produzindo nelas uma verdadeira flacidez mental.
2. A exaustão emocional – A televisão tende a tornar as pessoas emocionalmente insensíveis. As tragédias do mundo inteiro são despejadas dentro da nossa casa e não temos tempo para deglutir todas essas coisas. No afã de retratar a realidade, muitas vezes, a televisão torna-se formadora de opinião, induzindo as pessoas às mesmas práticas que ela divulga. A violência e a imoralidade andam de mãos dadas na televisão. Desta forma, ela não apenas retrata o que existe na sociedade, mas torna-se uma mestra dessas mesmas nulidades.
3. A confusão psicológica – A televisão tende a tornar as pessoas psicologicamente confusas. Idéias, conceitos, valores, filosofias e crenças são despejados diante das pessoas e muitas vezes, elas não têm o discernimento necessário para filtrar o que é certo e errado. A perda do senso crítico e a incapacidade de avaliar o que está por trás das propagandas, das telenovelas, dos filmes e até mesmo de alguns documentários e noticiários produzem uma confusão psicológica de graves conseqüências.
4. A desorientação moral – A televisão tende a deixar as pessoas em desordem moral. A vasta maioria dos programas, especialmente aqueles que dão mais ibope, estão eivados de valores éticos distorcidos e até mesmo nocivos para a família. A violência veiculada na televisão é uma verdadeira escola de crime. As telenovelas fazem apologia da infidelidade conjugal. Os valores morais absolutos são tripudiados e a flacidez moral enaltecida. Aqueles que se viciam na televisão alienam-se dentro de casa, matam a comunicação familiar e se intoxicam com conceitos liberais e permissivos que conspiram contra a família e provocam verdadeira confusão moral.
5. O esfriamento espiritual – A televisão tende a deixar as pessoas apáticas espiritualmente. Muitas pessoas trocam o culto devocional pela televisão. A tela cheia de cor e imagem ocupa o lugar da leitura da Palavra de Deus e da prática da oração. A comunhão com Deus e com os membros da família é substituída pelo vício perigoso da televisão. Que Deus nos dê discernimento para separarmos o precioso do vil e restaurarmos o altar do Senhor em nossa casa.
Escola Dominical
Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, com a tarefa de dominar sobre a criação terrena (Gn.1:26), o Senhor deu ao homem condições superiores comparado as demais criaturas, bem como a capacidade de poder se comunicar com o Criador e, mais do que isto, poder compreender os Seus desígnios e vontade.
Vamos parar aqui em Gloucester, não muito distante de Londres.
A revolução industrial acha-se em processo. A primeira máquina movida a vapor foi patenteada por James Watt há 11 anos. A máquina de tear de James Hargreaves há dez. A transformação traz sérios problemas sócio-econômicos, com implicações morais e religiosas. Há muitos crimes. Bebe-se como nunca. Os divertimentos populares são grosseiros. Não há instrução. As leis são aplicadas de modo brutal. As prisões são antros de doenças e iniquidades. A miséria das classes pobres é alarmante.
Vamos agora à Rua Sonthgate. Aquela casa de três andares e três sótãos, à esquerda, é residência do jornalista e filantropo Robert Raikes. Ele é também proprietário do Gloucester Journal, fundado por seu pai, há 68 anos. Este homem de 44 anos vem-se preocupando muito com a situação moral e espiritual do país. Tem usado seus recursos para mitigar os sofrimentos dos que se acham presos na tentativa de recuperá-los. Observou que a ignorância tem sido uma das principais causas do crime. Há em Gloucester uma fábrica de alfinetes que oferece emprego para muita gente, especialmente crianças. Ainda não existe a semana inglesa. Só não se trabalha aos domingos. Com estas observações na cabeça, Raikes teve a brilhante idéia de organizar uma escola dominical. Mas esta escola não cuidaria apenas da educação secular. Ela daria ênfase à educação religiosa e teria a Bíblia como livro-texto. Assim muitas crianças pobres receberiam educação que as desviariam do vício e do crime.
A escola dominical de Robert Raikes começou em 20 de julho de 1780 e se espalhou com incrível velocidade. João Weley deu total apoio ao movimento. Em 1875 organizou-se em Londres a Sociedade Para Promoção das Escolas Dominicais nos Domínios Britânicos. No ano seguinte havia 200.000 crianças matriculadas. Uma sociedade idêntica surgiu em Filadélfia, EUA, em 1790. Os missionários levaram a Escola Dominical para os campos de missões através do mundo. No Brasil, a primeira Escola Dominical nasceu em Petrópolis, RJ, no dia 19 de agosto de 1855 em casa do médico e missionário escocês Robert Reid Kalley. Neste dia havia cinco crianças presentes e a esposa do missionário contou a história de Jonas.
Raikes descobriu que é mais fácil ganhar uma criança para Cristo do que um adulto já estragado e corrompido. Como os problemas sociais e morais de hoje não são muito diferentes dos problemas de 220 anos atrás, vale a pena tentar resgatar um pouco do cunho social que deu origem à nossa escola dominical.
A Perigosa Influência da Televisão
A televisão é uma das mais fantásticas invenções do século XX. Ela trouxe inúmeros benefícios para a sociedade. A comunicação tornou-se precisa ágil e global. Ela encurtou as distâncias, democratizou a informação e abriu os canais do conhecimento para todos, em todos os lugares do mundo. Não obstante os grandes benefícios trazidos pela televisão, ela, também, pode tornar-se um grande perigo para a sociedade. Exatamente por sua poderosa influência, quando mal usada, torna-se perigosa. John Stott, ilustre escritor britânico, num dos seus livros sobre pregação, alerta sobre os perigos da televisão:
1. A preguiça mental – A televisão tende a tornar as pessoas mentalmente preguiçosas. Ela atrai, seduz, vicia e manipula as pessoas. É surpreendente a quantidade de tempo que as pessoas passam diante da televisão. Em média as pessoas gastam de três a cinco horas por dia diante da televisão. A televisão torna-se um vício e esse vício leva as pessoas a se tornarem passivas. Elas deixam de pensar e tornam-se preguiçosas mentalmente. A televisão tende a destituir as pessoas da crítica intelectual, produzindo nelas uma verdadeira flacidez mental.
2. A exaustão emocional – A televisão tende a tornar as pessoas emocionalmente insensíveis. As tragédias do mundo inteiro são despejadas dentro da nossa casa e não temos tempo para deglutir todas essas coisas. No afã de retratar a realidade, muitas vezes, a televisão torna-se formadora de opinião, induzindo as pessoas às mesmas práticas que ela divulga. A violência e a imoralidade andam de mãos dadas na televisão. Desta forma, ela não apenas retrata o que existe na sociedade, mas torna-se uma mestra dessas mesmas nulidades.
3. A confusão psicológica – A televisão tende a tornar as pessoas psicologicamente confusas. Idéias, conceitos, valores, filosofias e crenças são despejados diante das pessoas e muitas vezes, elas não têm o discernimento necessário para filtrar o que é certo e errado. A perda do senso crítico e a incapacidade de avaliar o que está por trás das propagandas, das telenovelas, dos filmes e até mesmo de alguns documentários e noticiários produzem uma confusão psicológica de graves conseqüências.
4. A desorientação moral – A televisão tende a deixar as pessoas em desordem moral. A vasta maioria dos programas, especialmente aqueles que dão mais ibope, estão eivados de valores éticos distorcidos e até mesmo nocivos para a família. A violência veiculada na televisão é uma verdadeira escola de crime. As telenovelas fazem apologia da infidelidade conjugal. Os valores morais absolutos são tripudiados e a flacidez moral enaltecida. Aqueles que se viciam na televisão alienam-se dentro de casa, matam a comunicação familiar e se intoxicam com conceitos liberais e permissivos que conspiram contra a família e provocam verdadeira confusão moral.
5. O esfriamento espiritual – A televisão tende a deixar as pessoas apáticas espiritualmente. Muitas pessoas trocam o culto devocional pela televisão. A tela cheia de cor e imagem ocupa o lugar da leitura da Palavra de Deus e da prática da oração. A comunhão com Deus e com os membros da família é substituída pelo vício perigoso da televisão. Que Deus nos dê discernimento para separarmos o precioso do vil e restaurarmos o altar do Senhor em nossa casa.
Escola Dominical
Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, com a tarefa de dominar sobre a criação terrena (Gn.1:26), o Senhor deu ao homem condições superiores comparado as demais criaturas, bem como a capacidade de poder se comunicar com o Criador e, mais do que isto, poder compreender os Seus desígnios e vontade.
Por isso, Deus fez o homem dotado de alma e de espírito, em condição de raciocinar, pensar e de ter a consciência da existência de Deus e de aferir a Sua vontade.
Com isso nasceu a necessidade do homem aprender a respeito de Deus, necessidade que está relacionada à sua própria essência e somente quando o homem aprender de Deus, poderá cumprir o papel para o qual foi criado neste mundo. (texto sugerido: Pensamentos de Deus. Charles Spurgeon)
Diante deste quadro, e para cumprir a Grande Comissão de Jesus, a Escola Bíblica Dominical em Ponte Rasa II entende, como ensina o pastor Antonio Gilberto, que a Escola Bíblica Dominical é a escola de ensino bíblico da Igreja, que evangeliza enquanto ensina, conjugando assim os dois lados da comissão de Jesus à Igreja, conforme Mt. 28.20 e Mc.16.15. Ela não é uma parte da Igreja, é a própria Igreja ministrando ensino bíblico metódico (Manual da Escola Dominical, p.108).
A Escola Bíblica Dominical existe para ministrar a pequenos e grandes, e isto de maneira pedagógica e metódica, como é de se esperar de uma organização que leva o nome de escola. Contudo, deve ser profundamente espiritual.
Logos: Classe de Jovens e Classe Infantil |
Angelo Barbosa da Silva
email de contato: angelobsilva@ig.com.br
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Subsídios para Professores
Lição 3 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 2.1-6, 12
Texto Áureo: At 1.5
INTRODUÇÃO
ARRINGTON, L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida Edição de 1995. Flórida-EUA: CPAD/Life Publishers, 1995.
BOOR, Weiner de. Atos dos Apóstolos. Curitiba-PR: Esperança, 2003.
CARSON, D. A. Os perigos da Interpretação Bíblica: a exegese e suas falácias. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2001.
GILBERTO, Antonio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
______. Verdades Pentecostais: como obter e manter um genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
HAUBECK, Wilfrid; SIEBENTHAL, Heinrich. Nova chave linguística do Novo Testamento grego: Mateus - Apocalipse. São Paulo: Targumim/Hagnos, 2009.
HULSE, Erroll. O batismo do Espírito Santo. S. J. dos Campos-SP: Fiel, 2006.
LLOYD-JONES, Martiyn. Grandes Doutrinas da Bíblia: Deus o Espírito Santo. São Paulo: PES, 1998.
LOPES, Augustus Nicodemus. O culto espiritual: um estudo em 1 Coríntios sobre questões atuais e diretrizes bíblicas para o culto cristão. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
LOPES, Hernandes Dias. Pentecostes: o fogo que não se apaga. São Paulo: Candeia, 1999.
MARSHAL, I. Howard. Atos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
PACKER, J. I. Na dinâmica do Espírito: uma avaliação das práticas e doutrinas. São Paulo: Vida Nova, 2010.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Belo Horizonte-MG: Vida, 1987.
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
______; HARRISON, Everett. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: IBR, 1987.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
______. Batismo e Plenitude do Espírito Santo: o mover sobrenatural de Deus. São Paulo: Vida Nova, 2007.
SYNAN, Vinson. O século do Espírito Santo: 100 anos de avivamento pentecostal e carismático. São Paulo: Vida, 2009.
TOGNINI, Enéas. Batismo no Espírito Santo. São Paulo: Bom Pastor, 2000.
WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.
Lição 2 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 1.4-11
Texto Áureo: At 1.11
Introdução
O tema "A ascensão de Cristo" ganha destaque nesta segunda lição do trimestre, com as suas implicações doutrinárias e práticas.
A Historicidade da Ascensão
A historicidade da ascensão de Cristo costuma ser colocada em dúvida por alguns críticos, que tomam por base as aparentes contradições no texto bíblico. Analisemos os fatos.
Dois textos narram a ascensão de Cristo:
Lucas 24.50-52
49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou.
Atos 1. 8-12
É possível harmonizar as diferenças nas narrativas da seguinte forma:
- Cada relato possui detalhes que não constam do outro, sendo a versão de Atos mais completa. No final do Evangelho, Lucas escreve que quando Jesus está sendo elevado, ele ergue os braços para abençoar os discípulos e eles os adoram. Lucas omite estes fatos em Atos, mas acrescenta a nuvem que o encobriu e o aparecimento dos "dois varões vestidos de branco". Dessa forma, não encontramos contradições nestes fatos. Encontramos complementações.
- Atos parece indicar que o local da ascensão foi o Monte das Oliveiras (1.12), enquanto que o Evangelho afirma que Jesus "os levou para Betânia", a aldeia ao lado deste monte, entre três e quatro quilômetros de Jerusalém. Observe que o Evangelho não diz que Jesus ascendeu de Betânia, mas que foram levados "até lá". Stott (2003, p. 45) afirma ser mais apropriada a tradução "para a vizinhança de Betânia".
Para Stott (idem, p. 45-46), após o exame das aparentes divergências, pode-se observar cinco pontos em comum na narrativa:
1. Ambos os relatos dizem que a ascensão de Jesus seguiu-se ao comissionamento dos apóstolos para que fossem suas testemunhas.
2. Ambos dizem que ela se deus fora de Jerusalém, e ao leste dela, em algum lugar do Monte das Oliveiras.
3. Ambos dizem que Jesus "foi elevado às alturas", onde o uso da voz passiva indica que a ascensão, assim como a ressurreição, foi um ato do Pai que, primeiro, o levantou entre os mortos e, depois o elevou às alturas.
4. Ambos relatam que os apóstolos "voltaram para Jerusalém".
5. Ambos dizem que depois disso eles aguardaram a vinda do Espírito, de acordo com a ordem e promessa expressa do Senhor.
Sttot (ibdem, 46-49), sustenta a historicidade da ascensão alegando que:
- Milagres não precisam de precedentes para autenticá-los;
- A Ascensão é um fato aceito em todo o Novo Testamento. Para Marshall (1982, p. 59-60), o fato da ascensão é solidamente atestado em 1 Tm 3.16; 1 Pe 3.21-22, e especialmente nas muitas passagens nas quais a ressurreição de Jesus é entendida, não simplesmente como a Sua volta dentre os mortos como também a Sua exaltação à destra de Deus (2.33-55);
- Lucas conta a história da ascensão com simplicidade e sobriedade, sem extravagâncias na narrativa;
- Lucas dá ênfase a presença de testemunhas oculares e repetidamente se refere ao que ele viram com seus próprios olhos (1.9-11);
- Não existe uma explicação alternativa para justificar o fim das aparições após a ressurreição e o fato de Jesus ter desaparecido da terra;
- A ascensão histórica e visível tinha um propósito inteligível. O motivo para uma ascensão pública e visível certamente é que ele desejava que os discípulos soubessem que ele estava partindo de vez.
Para Arrington e Stronstad (2003, p. 627) "Tudo no Evangelho de Lucas move-se em direção à ascensão, e tudo em Atos move-se a partir da ascensão".
A Teologicidade da Ascensão
Conforme Kistemaker (2006, p. 85-86) os aspectos teológicos e doutrinários da ascensão a serem considerados são:
- Que a entrada de Jesus no céu com um corpo humano glorificado é a segurança de que nós seremos igualmente glorificados.
- À mão direita de Deus, o Pai, Jesus cumpre a missão de advogado na defesa da nossa causa (1 Jo 2.1)
- A Ascensão de Jesus e o fato de ele ter-se assentado à destra de Deus marcam sua entronização real, seu governo sobre este mundo (1 Co 15.25).
Para Boor (2003, p. 30-31), o relato da ascensão destaca:
- A realidade escatológica da parousia, da nova presença de Jesus, ou de sua nova "revelação" (At 1.11). Marshall (idem, p. 62) escreve que "[...] a ascensão de Jesus é uma garantia de que, assim como foi possível para Jesus subir ao céu, assim também será possível para Ele voltar da mesma maneira, sobre uma nuvem na parousia (Lc 21.27; Mc 14.62; Dn 7.13). Desta forma, a promessa da parousia forma o fundo histórico da esperança, diante da qual os discípulos devem desempenhar seus papéis como testemunhas de Jesus." Vide também Richards (2005, p. 708)
- Fortalece a responsabilidade missionária da igreja. Neste sentido, Stott (ibdem, p. 50) comenta que até a volta de Jesus, os discípulos deveriam continuar sendo testemunhas, pois esse era o seu mandato: "Era fundamentalmente anormal ficarem a olhara para o céu, quando tinham sido comissionados para irem até aos confins da terra". Marshal (ibdem) declara que "Desta forma, a promessa da parousia forma o fundo histórico da esperança, diante da qual os discípulos devem desempenhar seus papéis como testemunhas de Jesus. Em efeito, esta passagem corresponde à declaração de Jesus em Mc 13.10, de que o evangelho deve primeiramente ser pregado a todas as nações antes do fim poder vir."
Aplicação Prática da Lição
Dentre as questões práticas que podemos extrair da presente lição bíblica, além da esperança da volta de Jesus, Stott (ibdem) nos alerta sobre dois erros dos apóstolos, nos quais podemos incorrer:
"O primeiro é o erro do político que sonha em fazer a utopia na terra (preocupados com a restauração do Reino de Israel). O segundo é o erro do pietista que sonha apenas com os prazeres celestiais (preocupado em apenas contemplar o Jesus celestial). A primeira visão é terrena demais, e a segunda, celestial demais. [...] em lugar deles, ou como antídoto para eles, deveria estar o testemunho de Jesus no poder do Espírito, com todas as sua implicações em termos de responsabilidade terrena e capacitação celestial."
Williams (1996, p. 39) concorda e escreve: "Daí a pergunta: por que estais olhando para os céus (v 11). Que acatassem as instruções recebidas. [...] A ênfase aqui, como em geral por todo o Novo Testamento, está nos deveres atuais dos crentes em vez de nas especulações a respeito da volta de Cristo."
Texto Bíblico: Atos 2.1-6, 12
Texto Áureo: At 1.5
O BATISMO COM (NO) ESPÍRITO SANTO - PERSPECTIVAS DIVERSAS SOB UM OLHAR PENTECOSTAL CLÁSSICO
INTRODUÇÃO
O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, designado no pentecostalismo clássico como "batismo com (no) Espírito Santo", evidenciado pelo falar em "línguas", é sem dúvida alguma o tema central nos estudos sobre a obra do Espírito no meio pentecostal assembleiano.
Ao longo da história da Igreja, a doutrina do Batismo com (no) Espírito Santo tem dividido pessoas, grupos, igrejas e denominações. Depois das comemorações do centenário da história do avivamento pentecostal da Rua Azusa em 2006, e próximo às comemorações do centenário das Assembleias de Deus no Brasil em 2011, penso ser um momento oportuno para escrever sobre o assunto.
Neste texto, o leitor poderá conhecer algo da perspectiva pentecostal clássica e assembleiana sobre o tema, e também ter acesso às diversas perspectivas contrárias, podendo compará-las, entre si, e com a perspectiva pentecostal clássica, percebendo os pontos de convergência e divergência entre elas.
Pensar a doutrina pentecostal, em vez de simplesmente reproduzi-la acriticamente, eis o grande desafio para os herdeiros da atual e bíblica obra do Espírito.
A todos, uma boa leitura, e acima de tudo, uma boa reflexão.
1 O BATISMO COM (NO) ESPÍRITO SANTO
Iniciaremos trazendo alguns conceitos sobre o batismo com (no) Espírito Santo, que correspondem em sua totalidade, ou em parte, a perspectiva do mesmo no pentecostalismo clássico, e mais especificamente, na doutrina assembleiana:
O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. [...] Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito (cf. At 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do pentecoste (e.g. Lc 1.15, 67), Lucas não emprega a expressão 'batizados no Espírito Santo'. Este evento só ocorreria depois da ascensão de Cristo (At 1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14). (Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1627, 1995)
Na nota de rodapé de At 1.5, a Bíblia de Estudo Pentecostal (idem, p. 1626) esclarece que a preposição "com" é a partícula grega en, que pode ser traduzida como "em" ou "com". Dessa forma, muitos optam pela tradução "sereis batizados no Espírito Santo".
Arrington e Stronstad (2003, p. 632), afirmam que:
Arrington e Stronstad (2003, p. 632), afirmam que:
O batismo com o Espírito Santo não salva ou faz da pessoa um mebro da família de Deus; antes é uma unção subsequente, um enchimento que equipa com poder para servir.
Para Pearlman (1987, p. 195):
Esse revestimento é descrito como um batismo (Atos 1.5). [...] Quando a palavra 'batismo' é aplicada à experiência espiritual, é usada figurativamente para descrever a imersão no poder vitalizante do Espírito Divino.
Andrade (1998, p. 65), em seu Dicionário Teológico, define o batismo com (no) Espírito Santo como:
Revestimento de poder que, segundo os evangelhos e os Atos dos Apóstolos, segue-se à conversão a Cristo Jesus. Tornando-se realidade no cenáculo, na casa de Cornélio e entre os doze de Éfeso, a experiência do batismo no Espírito Santo fez-se padrão na vida dos seguidores do Nazareno.
O pastor e teólogo assembleiano Antonio Gilberto define o batismo com (no) Espírito Santo como:
[...] um revestimento e derramamento de poder do Alto, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1 Co 14.15, 26). (GILBERTO, 2006, p. 57)
Esta mesma definição é encontrada na obra "Teologia Sistemática Pentecostal" (p. 191, 2008).
Vale ressaltar, que o termo "estranha" e "outra", acrescentados à "língua" (glossa), que aparecem respectivamente nos textos de 1 Co 14.2, 4, 5, 6, 13, 14, 23, 27 (Almeida Revista e Corrigida, 1995 e Almeida Revista e Atualizada, 1993), não constam no texto grego do Novo Testamento, sendo acrescentados nestas versões para dar ênfase ao caráter distintivo dessas línguas.
Vale ressaltar, que o termo "estranha" e "outra", acrescentados à "língua" (glossa), que aparecem respectivamente nos textos de 1 Co 14.2, 4, 5, 6, 13, 14, 23, 27 (Almeida Revista e Corrigida, 1995 e Almeida Revista e Atualizada, 1993), não constam no texto grego do Novo Testamento, sendo acrescentados nestas versões para dar ênfase ao caráter distintivo dessas línguas.
O pastor e teólogo batista Enéas Tognini (2000, p. 31) afirma:
O batismo no Espírito que os 120 receberam no Pentecostes, foi um bênção distinta do NOVO NASCIMENTO ou regeneração, porque já tinham nascido de novo, portanto eram regenerados [...] essa BÊNÇÃO (do batismo no Espírito) transformou os discípulos covardes e negadores - em fiéis testemunhas do Senhor Crucificado.
O Dr. Lloyd-Jones (1998, p. 314), teólogo e ministro protestante de linha reformada e calvinista, faz a seguinte definição:
[...] o batismo do Espírito Santo Santo é a experiência inicial da glória, a realidade e o amor do Pai e do Filho. Sim, vocês podem ter muitas experiências ulteriores disso, porém a primeira experiência, eu proporia, é o batismo do Espírito Santo. O piedoso John Fletcher de Madeley o expressou assim: 'Cada cristão deve ter o seu Pentecoste.
Estas definições se alinham aos ensinos de Keswick, na Inglaterra, no século XIX, iniciadas em 1875. Conforme Synan (2009, p. 48):
A configuração doutrinária de Keswick destituiu o conceito de 'segunda bênção' como 'erradicação' do pecado a favor de um 'batismo no Espírito Santo' e um 'revestimento de poder para o serviço'. A experiência aguardada com ardente expectativa pelos crentes de Keswic era concebida não tanto em termos de purificação, mas de unção do Espírito.
R. A. Torrey (1910, p. 176-210 apud SYNAN, idem, p. 49), exemplifica notavelmente a ideia de batismo com (no) Espírito Santo difundida em Keswick:
R. A. Torrey (1910, p. 176-210 apud SYNAN, idem, p. 49), exemplifica notavelmente a ideia de batismo com (no) Espírito Santo difundida em Keswick:
O batismo com o Espírito Santo é uma operação do Espírito Santo distinta e subsequente à sua obra de regeneração, uma concessão de poder para o serviço, [uma experiência outorgada] não apenas para os apóstolos, não apenas para os crentes da era apostólica, mas 'para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar'. [...] Ela é outorgada a cada crente, de todas as épocas da história da Igreja.
Fica claro nas presentes definições, que o batismo com (no) Espírito Santo é entendido como um acontecimento distinto da regeneração do Espírito (At 2. 1-4; 8.12-17; 19.1-7).
Fica claro nas presentes definições, que o batismo com (no) Espírito Santo é entendido como um acontecimento distinto da regeneração do Espírito (At 2. 1-4; 8.12-17; 19.1-7).
2 OBJEÇÕES QUANTO AO BATISMO COM (NO) ESPÍRITO SANTO
O batismo com (no) Espírito Santo, entendido como um acontecimento distinto da regeneração do Espírito, é por muitos questionado. Grudem (p. 636-652, 1999), apresenta alguns destes questionamentos:
2.1 O batismo como (no) Espírito Santo não é um acontecimento distinto da regeneração do Espírito (cf. 1 Co 12.13)
Os que defendem essa ideia alegam que o texto de 1 Co 12.13 afirmam que "todos nós" (gr. hemeís pántes) fomos batizados em um só Espírito, o que faria dessa experiência algo vivenciado por todos os verdadeiros cristãos:
Stott (2007, p. 45) chega a conclusão de que as evidências reunidas do Novo Testamento em geral, do sermão de Pedro em Atos 2 e do ensino de Paulo em 1 Coríntios 12.13 em particular, lhe indicam que o "batismo" do Espírito é idêntico ao "dom" do Espírito. Procurando ser mais específico, apela aos seus leitores que não exijam dos outros "um 'batismo' como uma segunda experiência subsequente, totalmente distinta da conversão, porque isto não pode ser provado na Escritura." (idem, p. 76)
Packer (2010, p. 197) refuta a ideia de que o batismo no Espírito é uma experiência distinta e geralmente subsequentes à conversão, em que a pessoa recebe a plenitude do Espírito na sua vida e, dessa forma, é totalmente cheia de poder para testemunho e serviço, tendo como evidência e sinal exterior a glossolalia:
Recentes exames minuciosos desta opinião, feitos por James D. G. Dunn, F. D. Bruner, J. R. W. Stott e A. A. Hoekema, tornam desnecessário que aquilatemos detalhadamente aqui. É suficiente dizer, primeiro, que, se aceita, ela compele uma avaliação do cristianismo não-carismático - isto é, do cristianismo que não conhece nem busca um batismo no Espírito após a conversão - como inferiro, secundário e carecendo de algo vital; mas, segundo, que ela não pode ser estabelecida de acordo com a Escritura [...].
Dessa forma:
Os que insistem que o batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta da bênção da conversão, uma obra especial da graça desfrutada por alguns e não por todos os crentes, deixam de perceber que o que dá unidade ao corpo de Cristo é exatamente o fato de que todos os crentes genuínos foram batizados pelo mesmo Espírito. (LOPES, 2004, p. 126)
Essa perspectiva não é aceita no pentecostalismo clássico, que faz distinção entre "batismo com (no) Espírito Santo" do "batismo do Espírito":
Já o batismo do Espírito, como vemos em 1 Co 12.13, Gálatas 3.27 e Efésios 4.5, trata-se de um batismo figurado, apesar de ser real. Todos aqueles que experimentam o novo nascimento, que é também efetuado pelo Espírito Santo (Jo 3.5), são por Ele imersos, batizados, feito participantes do corpo místico de Cristo, que é a sua Igreja, no sentido universal (Hb 12.23; 1 Co 12.12ss). (GILBERTO, idem)
Na nota de rodapé da Bíblia de Estudo Pentecostal (idem, p. 1755), sobre o texto de 1 Co 12.13, lemos:
[...] O batismo 'em um Espírito' não se refere, nem ao batismo em água, nem ao batismo no Espírito Santo que Cristo outorga ao crente como no dia de Pentecoste (ver Mc 1.8; At 2.4 nota). Refere-se, pelo contrário, ao ato do Espírito Santo batizar o crente no corpo de Cristo - a igreja, unindo-o a esse corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente "em Cristo" biblicamente.
À luz do Novo Testamento, fica claro que 1 Co 12.13 não se refere aos episódios de Atos 2. 1-4; e 8.12-17. Dessa forma, a única maneira de se conciliar a questão é entendendo a distinção entre o "batismo com (no) Espírito Santo" do "batismo do Espírito Santo".
Quanto ao acontecimento na casa de Cornélio (At 10.44-47), pode-se entender que naquela ocasião o batismo do Espírito e o batismo com (no) Espírito Santo, podem ter acontecido simultaneamente.
Em Atos 19.1-7, embora o texto não afirme claramente que os discípulos já haviam experienciado a regeneração, isto fica subentendido. A negação de tal fato nos levaria a compreender o evento da mesma forma como aconteceu na casa de Cornélio, onde simultaneamente (ou imediatamente) a regeneração e o batismo com (no) Espírito Santo aconteceram:
O capítulo 10 de Atos registra a conversão de Cornélio e seus familiares, por instrumentalidade de Pedro. Cornélio se converteu a Cristo, portanto passou a possuir o Espírito Santo; antes que fosse batizado em água, o foi no Espírito Santo, verificando-se na sua casa um verdadeiro pentecostes. Temos também nesta experiência as duas etapas da vida cristã - a conversão e o batismo no Espírito Santo. (TOGNINI, ibdem, p. 37)
É neste sentido que Lloyd-Jones (ibdem, p. 318) esclarece:
[...] não estou afirmando que deve haver sempre, de qualquer modo, um intervalo entre tornar-se cristão e esta experiência; ambos podem ocorrer concomitantemente, e é o que tem ocorrido amiúde, mas às vezes não ocorre assim. Portanto mantenhamo-los distinguidos.
2.2 O batismo com (no) Espírito Santo foi um momento único na história, não sendo um padrão que devemos buscar ou imitar
Hulse (2006, p. 7, 17-18), é categórico em sua oposição:
Se omitirmos o livro de Atos, ficamos face a face com o fato de que não há um batismo do Espírito prometido, recomendado, ordenado ou sugerido no Novo Testamento. [...] Estou chamando a atenção para o fato de que nenhum batismo do Espírito ou qualquer experiência de crise é prometida, recomendada, oferecida e, ainda menos, ordenada no Novo Testamento. O Pentecostes foi prometido e há extensão disto, tal como é explicado em Atos 15.8,9. Este é um fato histórico. Daí em diante, em nenhum lugar do Novo Testamento há referência a uma experiência semelhante a esta como sendo a resposta.
Em sua obra, Hulse não comenta o texto de Atos 2.39, nem parece considerar a "promessa" nos Evangelhos (Mc 1.8; Lc 24.49).
Diferente de Hulse, Lloyd-Jones (ibdem, p. 307) afirma:
Segundo o meu entendimento deste ensino, eis aqui uma experiência que é o patrimônio hereditário de todo o cristão. diz o apóstolo Pedro ; 'Porque a promessa vos pertence a vós' - e não somente a vós, mas - ' a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar' (Atos 2.39). Ela não se restringe apenas àquelas pessoas no dia de Pentecoste, mas é oferecida e prometida a todas as pessoas cristãs.
Para Stott (ibdem, p. 31):
A experiência dos 120 ocorreu em dois momentos diferentes, simplesmente em razão de circunstâncias históricas. Eles não poderiam ter recebido o dom pentecostal antes do Pentecoste. Todavia, estas circunstâncias históricas há muito deixaram de existir.
Buscando uma posição conciliadora, o pastor e teólogo presbiteriano Hernandes Dias Lopes (1999, p. 13) afirma que:
O Pentecoste no seu sentido pleno é irrepetível. O Espírito Santo foi derramado para permanecer para sempre com a igreja. [...] Nesse sentido não há mais Pentecoste. Todavia, a promessa de novos derramamentos do Espírito para despertar a igreja é uma promessa viva à qual devemos agarrar-nos. É nesse sentido que vamos usar o termo Pentecoste. O apóstolo Pedro disse naquele dia memorável: '...e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar' (At 2.38-39)."
Tognini (idem, p. 19), refutanto tais argumentos, afirma que:
[...] finalmente, há os mais dogmáticos que, sem hermenêutica, e com exegese claudicante, unilateral, temerosa da verdade, se lançam no encapelado mar da confusão; então, lutam e insistem em que o Pentecostes não mais se repete.
2.3 A distinção entre "batismo do Espírito Santo" e "batismo com (no) Espírito Santo criaria duas categorias de cristãos
Reforçando a ideia separatista das duas categorias de cristãos, Hulse (idem, p. 23) afirma já ter ouvido líderes pentecostais afirmar que há dois tipos de cristãos: os batizados e os não batizados no Espírito. Para ele, isso cria divisão no corpo de nosso Senhor.
Stott (ibdem, p. 71-72), parece não se preocupar com a possibilidade das distinções bíblicas criarem a ideia equivocada de duas classes ou categorias de crentes, pois argumentando em favor da atualidade de algumas experiências espirituais, diz:
Stott (ibdem, p. 71-72), parece não se preocupar com a possibilidade das distinções bíblicas criarem a ideia equivocada de duas classes ou categorias de crentes, pois argumentando em favor da atualidade de algumas experiências espirituais, diz:
Estas experiências das quais eu falei até agora podem ser chamadas de 'comuns', porque se realcionam com a certeza, o amor, a alegria, e a paz que, de acordo com a Escritura, são comuns a todos os crentes, em alguma medida. Eu ficaria surpreso se algum leitor cristão não tivesse nenhuma noção delas. Todavia, existem outras experiências, às quais preciso chegar agora, de caráter mais 'incomum', por não serem parte da experiência normal do cristão que o Novo Testamento apresenta.
Apesar da ideia sobre crentes de duas categorias ter sido difundida no movimento holiness, e posteriormente reproduzida no pentecostalismo clássico, o batismo com (no) Espírito Santo
não cria uma classe especial de cristãos, apenas capacita os mesmos para fazerem a obra de Deus, testemunhando de Jesus com maior eficiência e eficácia conforme Atos 1.8. (GERMANO, p. 38, 2009)
O equívoco interpretativo ou comportamental de alguns em qualquer questão doutrinária, não anula, nem diminui a verdade bíblica.
2.4 A inadequação do termo "batismo com (no) Espírito Santo" para definir a experiência
A questão da terminologia, parece ter sido o ponto central da tese de Hulse (LOPES, idem, p. 128):
A questão da terminologia, parece ter sido o ponto central da tese de Hulse (LOPES, idem, p. 128):
A tese de Hulse, nesse livro, é que os cristãos podem ter experiências legítimas e edificantes após a conversão, mas que devem usar a teminologia correta para identificá-las.
A experiência que no pentecostalismo clássico define-se como "batismo com (no) Espírito Santo, ou seja, o revestimento de poder posterior à regeneração, para conciliar com a ideia da existência de um único "batismo do Espírito", Stott (ibdem, p. 50) a define como "plenitude do Espírito", classificando-a como "consequência", e acrescentando que pode se experienciada várias vezes:
Deixe-me procurar expandir o que tentei mostrar antes. O que aconteceu no dia de Pentecoste foi que Jesus 'derramou' o Espírito do céu e, assim 'batizou' com o Espírito, primeiro os 120 e depois os 3 mil. A consequência deste batismo do Espírito foi que 'todos ficaram cheios do Espírito Santo' (At 2.4). Portanto, a plenitude do Espírito foi a consequência do batismo do Espírito. O batismo é o que Jesus fez (ao derramar o seu Espírito do céu); a plenitude foi o que eles recebram. O batismo foi uma experiência inicial única; a plenitude porém, Deus queria que fosse contínua, o resultado permanente, a norma. Como acontecimento inicial, o batismo não pode ser repetido nem pode ser perdido, mas o ato de ser enchido pode ser repetido e, no mínimo, precisa ser mantido. Quando a plenitude não é mantida, ela se perde. Se foi perdida, pode ser recuperada.
Neste sentido, a "experiência" pode e deve ser buscada:
Enfaticamente, a plenitude do Espírito Santo não é um privilégio reservado para alguns, mas uma obrigação de todos. Assim como a exigência de sobriedade e domínio próprio, a ordem de buscar a plenitude do Espírito é dirigida a todo o povo de Deus, sem exceção. (ibdem, p. 62)
Grudem (idem, p. 650-651), procurando evitar a suposta confusão em torno do "batismo do Espírito" e o "batismo com (no) Espírito Santo", diz que alguns termos seriam mais apropriados para o segundo. Dessa forma ele sugere "um grande passo de crescimento", "nova capacitação para o ministério" e " ser cheio do Espírito Santo". Este último, para Grudem, é "o melhor termo a ser usado para descrever genuínas 'segundas experiências' hoje (ou terceira ou quarta experiência, etc.)".
Para sustentar seu argumento, Grudem cita Efésios 5.18, e afirma que o verbo "enchei-vos" (gr. plerousthe), por encontrar-se no presente do imperativo, poderia ser traduzido de modo mais explícito por "sejam continuamente cheios pelo Espírito". Nessa perspectiva, o batismo com (no) Espírito Santo perderia o caráter de evento único, podendo ser experienciado diversas vezes na vida do cristão.
Ainda sobre o uso de "ser cheio do Espírito Santo" em lugar de "ser batizado com (no) Espírito Santos", Marshall (1982, p. 69) afirma a expressão ficaram "cheios" se emprega tanto ao revestimento inicial do Espírito para capacitá-las para o serviço de Deus (At 9.17; Lc 1.15), quanto para descrever o processo contínuo de ser estar cheio (At 6.3; 7.55; 11.24; Lc 4.1). Dessa forma, uma pessoa que já está cheia do Espírito, pode receber contínuos enchimentos. Neste caso, não teríamos um batismo com (no) Espírito Santo, mas, a possibilidade de um cristão experienciar vários batismos. Pfeiffer e Harrison (1987, p. 242), concordam com este argumento, e escrevem que "O enchimento com o Espírito foi muitas vezes repetido [...]".
Na Bíblia de Estudo Pentecostal (ibdem, p. 1818), a nota de rodapé sobre Efésios 5.8 diz que:
Enchei-vos (imperativo passivo presente) tem o significado, em grego, de 'ser enchido repetidas vezes'. [...] O cristão deve ser batizado no Espírito Santo após a conversão (ver At 1.5; 2.4), mas também deve renovar-se no Espírito repetidas vezes, para adoração a Deus, serviço e testemunho.
Enchei-vos (imperativo passivo presente) tem o significado, em grego, de 'ser enchido repetidas vezes'. [...] O cristão deve ser batizado no Espírito Santo após a conversão (ver At 1.5; 2.4), mas também deve renovar-se no Espírito repetidas vezes, para adoração a Deus, serviço e testemunho.
Se considerarmos o que muitos gramáticos da língua grega afirmam (CARSON, 65-67), o verbo eplesthesan (ficaram cheios) em Atos 2.4, por se encontrar num tempo aoristo "que aponta para um ato único, já realizado e consumado" (LOPES, idem p. 125), faz com que o evento de Pentecoste (At 2.4) se diferencie daquilo que Paulo fala escrevendo à igreja em Éfeso (Ef 5.18).
Stott (ibdem, p. 62), comentando sobre o tempo verbal de plerousthe (enchei-vos) em Efésios 5.18, diz que: "o verbo está no tempo presente. É bem sabido que, na língua grega, se o imperativo está no aoristo, ele se refere a uma ação única; se está no presente, a uma ação contínua.”
No Comentário Bíblico Pentecostal (ARRINGTON e STRONSTAD, idem), é especificado que Lucas usa o verbo "encher" em At 2.4 para indicar o processo de ser ungido com o poder do Espírito para o serviço divino. Acrescenta ainda que "Ser cheio com o Espírito significa o mesmo que ser batizado com o Espírito ou receber o dom do Espírito (cf. At 1.5; 2.4, 38)."
Pearlman (idem), escreve:
Que essa comunicação de poder é descrita como ser cheio do Espírito. Aqueles que foram batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecoste também foram cheios do Espírito.
Tognini (ibdem, p. 35) é enfático quando diz:
[...] Lucas, para descrever o cumprimento de Atos 1.5, usa a sua própria terminologia, que é CHEIO DO ESPÍRITO. De onde se conclui que BATISMO no Espírito Santo e CHEIO do Espírito Santo são a mesma coisa.
Estas declarações, à luz do entendimento pentecostal clássico, fala-nos que no batismo com (no) Espírito Santo (evento único), os crentes são cheios do Espírito, podendo ainda experienciar outros enchimentos, enchimentos estes não mais designados de batismo com (no) Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Lloyd-Jones (ibdem p. 314), afirmou que o tema "batismo com (no) Espírito Santo", em muitos aspectos, é a mais difícil de todas as doutrinas, em razão de ser ela particularmente passível de exageros. Mesmo assim, escreveu:
Lloyd-Jones (ibdem p. 314), afirmou que o tema "batismo com (no) Espírito Santo", em muitos aspectos, é a mais difícil de todas as doutrinas, em razão de ser ela particularmente passível de exageros. Mesmo assim, escreveu:
[...] o que é o batismo do Espírito Santo? Ora, segundo alguns, como já vimos, realmente não existe dificuldade alguma sobre isso. Dizem que ele é simplesmente uma referência à regeneração e nada mais. É o que ocorre com as pessoas quando são regeneradas e incorporadas em Cristo, segundo Paulo ensina em 1 Co 12.13: 'Pois em um só Espírito fomos todos batizados'. Vocês não podem ser cristãos sem ser membros desse corpo, e vocês são batizados nesse corpo pelo Espírito Santo. Portanto, dizem, esse batismo do Espírito Santo é simplesmente a regeneração. Quanto a mim, porém, não posso aceitar tal explicação, e aqui é onde nos agarramos diretamente com as dificuldades. Não posso aceitar isso porque, se eu cresse nisso, teria de crer que os discípulos e os apóstolos não haviam sido regenerados até o dia de Pentecoste - suposição essa que ao meu ver é completamente inadmissível. [...] Teríamos também de dizer que os samaritanos, a quem o evangelista Filipe pregou, não foram regenerados até Pedro e João descerem a eles. (idem, 304-305)
As diversas questões, e os variados pontos de vistas aqui expostos provam isto.
Parcker (ibdem, p. 213), na tentativa de buscar um ponto intermediário entre sua analise exegética e a atualidade do batismo com (no) Espírito Santo, chega a afirmar:
Um grupo com os seus próprios mestres e sua literatura pode moldar os pensamentos e experiências de seus membros até um grau estranho. Especificamente, quando se crê que uma sensação ampliada de Deus, de seu amor por você em Cristo e de seu poder capacitador (a unção do Espírito), acompanhada por línguas, é a norma, segundo a experiência dos apóstolos em Atos 2, esta experiência certamente será buscada e encontrada. Da mesma forma, ela não será uma experiência ilusória, desprovida do Espírito, auto-gerada, só porque a ela estão ligadas certas noções incorretas. Deus, como continuamos dizendo, é muito misericordioso e abençoa os que o buscam, mesmo quando as suas ideias não são todas verdadeiras.
O fato, é que quando comparamos os escritos daqueles que não concebem o batismo com (no) Espírito Santo da perspectiva pentecostal clássica e assembleiana, o que encontramos é a falta de uniformidade e unidade sobre a questão.
Entre os cessacionistas (que negam a atualidade da experiência), encontramos, por exemplo, as seguintes posições:
- O batismo com (no) Espírito Santo foi uma experiência simultânea à regeneração, cuja terminologia é adequada.
- O batismo com (no) Espírito Santo foi uma experiência simultânea à regeneração, cuja terminologia é inadequada.
- O batismo com (no) Espírito Santo foi uma experiência subsequente à regeneração, cuja terminologia é adequada.
- O batismo com (no) Espírito Santo foi uma experiência subsequente à regeneração, cuja terminologia é inadequada.
Entre aqueles que não apoiam o conceito pentecostal clássico, mas acreditam na atualidade do batismo com (no) Espírito Santo, temos as seguintes ideias:
- O batismo com (no) Espírito Santo é uma experiência simultânea à regeneração, cuja terminologia é adequada.
- O batismo com (no) Espírito Santo é uma experiência simultânea à regeneração, cuja terminologia é inadequada.
- O batismo com (no) Espírito Santo é uma experiência subsequente à regeneração, cuja terminologia é adequada.
- O batismo com (no) Espírito Santo é uma experiência subsequente à regeneração, cuja terminologia é inadequada.
Dessa forma, uma maneira geralmente utilizada para invalidar ou resistir ao conceito pentecostal clássico sobre o batismo com (no) Espírito Santo, é utilizar uma destas perspectivas acima, com algumas variantes, ou utilizar todas elas em conjunto.
Diante dos grandes desafios impostos pela pós-modernidade à igreja evangélica brasileira no início do século XXI, é preciso buscar um ponto de equilíbrio, onde a experiência real e atual do batismo com (no) Espírito Santo caminhe junto com a ortodoxia bíblica.
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Lição 2 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 1.4-11
Texto Áureo: At 1.11
Introdução
O tema "A ascensão de Cristo" ganha destaque nesta segunda lição do trimestre, com as suas implicações doutrinárias e práticas.
A Historicidade da Ascensão
A historicidade da ascensão de Cristo costuma ser colocada em dúvida por alguns críticos, que tomam por base as aparentes contradições no texto bíblico. Analisemos os fatos.
Dois textos narram a ascensão de Cristo:
Lucas 24.50-52
49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou.
51 E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu.
52 E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.
Atos 1. 8-12
8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
9 E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, {ocultando-o} a seus olhos.
10 E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco,
11 os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
12 Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado.
É possível harmonizar as diferenças nas narrativas da seguinte forma:
- Cada relato possui detalhes que não constam do outro, sendo a versão de Atos mais completa. No final do Evangelho, Lucas escreve que quando Jesus está sendo elevado, ele ergue os braços para abençoar os discípulos e eles os adoram. Lucas omite estes fatos em Atos, mas acrescenta a nuvem que o encobriu e o aparecimento dos "dois varões vestidos de branco". Dessa forma, não encontramos contradições nestes fatos. Encontramos complementações.
- Atos parece indicar que o local da ascensão foi o Monte das Oliveiras (1.12), enquanto que o Evangelho afirma que Jesus "os levou para Betânia", a aldeia ao lado deste monte, entre três e quatro quilômetros de Jerusalém. Observe que o Evangelho não diz que Jesus ascendeu de Betânia, mas que foram levados "até lá". Stott (2003, p. 45) afirma ser mais apropriada a tradução "para a vizinhança de Betânia".
Para Stott (idem, p. 45-46), após o exame das aparentes divergências, pode-se observar cinco pontos em comum na narrativa:
1. Ambos os relatos dizem que a ascensão de Jesus seguiu-se ao comissionamento dos apóstolos para que fossem suas testemunhas.
2. Ambos dizem que ela se deus fora de Jerusalém, e ao leste dela, em algum lugar do Monte das Oliveiras.
3. Ambos dizem que Jesus "foi elevado às alturas", onde o uso da voz passiva indica que a ascensão, assim como a ressurreição, foi um ato do Pai que, primeiro, o levantou entre os mortos e, depois o elevou às alturas.
4. Ambos relatam que os apóstolos "voltaram para Jerusalém".
5. Ambos dizem que depois disso eles aguardaram a vinda do Espírito, de acordo com a ordem e promessa expressa do Senhor.
Sttot (ibdem, 46-49), sustenta a historicidade da ascensão alegando que:
- Milagres não precisam de precedentes para autenticá-los;
- A Ascensão é um fato aceito em todo o Novo Testamento. Para Marshall (1982, p. 59-60), o fato da ascensão é solidamente atestado em 1 Tm 3.16; 1 Pe 3.21-22, e especialmente nas muitas passagens nas quais a ressurreição de Jesus é entendida, não simplesmente como a Sua volta dentre os mortos como também a Sua exaltação à destra de Deus (2.33-55);
- Lucas conta a história da ascensão com simplicidade e sobriedade, sem extravagâncias na narrativa;
- Lucas dá ênfase a presença de testemunhas oculares e repetidamente se refere ao que ele viram com seus próprios olhos (1.9-11);
- Não existe uma explicação alternativa para justificar o fim das aparições após a ressurreição e o fato de Jesus ter desaparecido da terra;
- A ascensão histórica e visível tinha um propósito inteligível. O motivo para uma ascensão pública e visível certamente é que ele desejava que os discípulos soubessem que ele estava partindo de vez.
Para Arrington e Stronstad (2003, p. 627) "Tudo no Evangelho de Lucas move-se em direção à ascensão, e tudo em Atos move-se a partir da ascensão".
A Teologicidade da Ascensão
Conforme Kistemaker (2006, p. 85-86) os aspectos teológicos e doutrinários da ascensão a serem considerados são:
- Que a entrada de Jesus no céu com um corpo humano glorificado é a segurança de que nós seremos igualmente glorificados.
- À mão direita de Deus, o Pai, Jesus cumpre a missão de advogado na defesa da nossa causa (1 Jo 2.1)
- A Ascensão de Jesus e o fato de ele ter-se assentado à destra de Deus marcam sua entronização real, seu governo sobre este mundo (1 Co 15.25).
Para Boor (2003, p. 30-31), o relato da ascensão destaca:
- A realidade escatológica da parousia, da nova presença de Jesus, ou de sua nova "revelação" (At 1.11). Marshall (idem, p. 62) escreve que "[...] a ascensão de Jesus é uma garantia de que, assim como foi possível para Jesus subir ao céu, assim também será possível para Ele voltar da mesma maneira, sobre uma nuvem na parousia (Lc 21.27; Mc 14.62; Dn 7.13). Desta forma, a promessa da parousia forma o fundo histórico da esperança, diante da qual os discípulos devem desempenhar seus papéis como testemunhas de Jesus." Vide também Richards (2005, p. 708)
- Fortalece a responsabilidade missionária da igreja. Neste sentido, Stott (ibdem, p. 50) comenta que até a volta de Jesus, os discípulos deveriam continuar sendo testemunhas, pois esse era o seu mandato: "Era fundamentalmente anormal ficarem a olhara para o céu, quando tinham sido comissionados para irem até aos confins da terra". Marshal (ibdem) declara que "Desta forma, a promessa da parousia forma o fundo histórico da esperança, diante da qual os discípulos devem desempenhar seus papéis como testemunhas de Jesus. Em efeito, esta passagem corresponde à declaração de Jesus em Mc 13.10, de que o evangelho deve primeiramente ser pregado a todas as nações antes do fim poder vir."
Aplicação Prática da Lição
Dentre as questões práticas que podemos extrair da presente lição bíblica, além da esperança da volta de Jesus, Stott (ibdem) nos alerta sobre dois erros dos apóstolos, nos quais podemos incorrer:
"O primeiro é o erro do político que sonha em fazer a utopia na terra (preocupados com a restauração do Reino de Israel). O segundo é o erro do pietista que sonha apenas com os prazeres celestiais (preocupado em apenas contemplar o Jesus celestial). A primeira visão é terrena demais, e a segunda, celestial demais. [...] em lugar deles, ou como antídoto para eles, deveria estar o testemunho de Jesus no poder do Espírito, com todas as sua implicações em termos de responsabilidade terrena e capacitação celestial."
Williams (1996, p. 39) concorda e escreve: "Daí a pergunta: por que estais olhando para os céus (v 11). Que acatassem as instruções recebidas. [...] A ênfase aqui, como em geral por todo o Novo Testamento, está nos deveres atuais dos crentes em vez de nas especulações a respeito da volta de Cristo."
Referências Bibliográficas
ARRINGTON, L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
BOOR, Weiner de. Atos dos Apóstolos. Curitiba-PR: Esperança, 2003.
KISTEMAKER, Simon. Atos. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v.1
MARSHAL, I. Howard. Atos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
______; HARRISON, Everett. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: IBR, 1987.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
MARSHAL, I. Howard. Atos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
______; HARRISON, Everett. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: IBR, 1987.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
STOTT, John R. W. A mensagem de Atos: Até os confins da terra. São Paulo: ABU, 2003.
WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.
Lição 1 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 1.1-5
Texto Áureo: At 1.8
Introdução
Na introdução desta primeira lição de 2011, encontramos uma citação de John Stott, feita pelo pastor Claudionor de Andrade, que cabe um breve comentário: "A leitura de Atos não deve levar-nos a uma idealização da Igreja primitiva, como se ela não possuísse nenhum defeito [...]."
Assim como em qualquer outro livro da Bíblia, a realidade não é mascarada. Desta maneira, as virtudes e os defeitos de personagens, comunidades e povos são manifestos. Em Atos a Igreja vivencia momentos de glória, poder e crescimento, mas também, momentos de dificuldades internas e de perseguições externas. O texto de Stott (2003, p. 10) diz:
"[...] precisamos ser realistas. Existe o perigo de romantizarmos a igreja primitiva, falando dela em tom solene, como se não tivesse falhas. Isso significaria fechar os olhos diante das rivalidades, hipocrisia, imoralidades e heresias que atormentavam a igreja,como acontece ainda agora. Todavia uma coisa é certa: a igreja de Cristo fora enchida pelo Espírito Santo, que a espalhou para testemunhar."
A Igreja do primeiro século não é uma igreja perfeita, mas tem muito a nos ensinar em termos de submissão, poder, comunhão e evangelização.
Autoria, data e propósito
A autoria de Atos é creditada à Lucas:
"Na erudição neotestamentária, é quase axiomático que, seja quem for que tenha escrito o terceiro evangelho, também escreveu Atos. Tradicionalmente esse autor tem sido identificado como Lucas, o médico e companheiro de Paulo. Nos manuscritos dos evangelhos, encontra-se 'Segundo Lucas', quando se trata do terceiro evangelho." (WILLIAMS, 1996, p.14).
"Nem o Evangelho nem o livro de Atos dá o nome do seu autor, mas foi provavelmente Lucas, amigo e companheiro de Paulo. A indicação de sua autoria encontra-se nos três 'nós', onde a narrativa está na terceira pessoa do plural (Atos 16.10-17; 20.5-21; 27.1-28), dando a entender que o autor era companheiro de Paulo nessas três ocasiões, e que usou o seu diário de viagem como fonte de material." (PFEIFFER e HARRISON, 1987, p. 238)
"O autor é Lucas, que também escreveu o evangelho que leva seu nome." (RICHARDS, 2005, P. 706)
"Lucas escreve Atos como continuação do seu primeiro livro, o Evangelho de Lucas. O Terceiro Evangelho registra o que Deus realizou através das ações e ensinos do Jesus ungido pelo Espírito, ao passo que Atos enfatiza a continuação da obra de Jesus feita por suas testemunhas capacitadas pelo Espírito." (ARRINGTON e STRONSTAD, 2003, p. 623)
"A partir do século II, a igreja primitiva atribuiu a Lucas tanto o terceiro evangelho como o livro de Atos dos Apóstolos. Ele é provavelmente o único grego a quem é atribuída autoria de um livro do NT." (PFEIFFER; VOS; REA, 2006, p. 1180)
Poderíamos aumentar em muito a lista de citações, onde se confirmaria a autoria de Lucas.
Para Williams (idem) o nome grego Loukas pode ser uma abreviatura (contração) de Loukanos, onde a terminação as, geralmente utilizada para os escravos, sugeriria que Lucas tivesse sido um escravo treinado para ser médico. Na realidade, os fatos concretos sobre Lucas são escassos.
Stott (idem, p. 20) afirma que Lucas era um homem qualificado para a tarefa de escrever esse livro, pois era um médico culto, submetido a um treinamento rigoroso, sendo o seu grego refinado uma prova disto. Concordando com Stott, Boor (2003, p. 18) entende que "o autor de Atos dos Apóstolos é uma pessoa culta, capaz de escrever em grego versátil com fineza gramatical.
A data de Atos é defendida por uns entre 90-100 d.C., "sob a alegação de não se tratar de uma mera crônica de eventos, mas ser claramente o produto de muitas reflexão." (WILLIAMS, ibdem, p. 24). Outros autores datam Atos entre 60 e 70 d.C., visto que Lucas não menciona a morte de Paulo (cerca de 67. d.C.), e em razão de sua abrupta conclusão (PFEIFFER e HARRISON, idem).
O propósito original do livro de Atos está em apresentar à Teófilo uma narrativa dos primórdios da igreja primitiva até o encarceramento de Paulo, em Roma, e de que forma Jesus continuou a sua obra (Lc 1.1-4 e Atos 1.1-4).
O título do livro
Para Williams (ibdem, p. 26): "O título não é original. Foi cunhado algum tempo depois de cortar-se a conexão do livro com o evangelho e, talvez, à época em que recebeu reconhecimento como livro canônico."
Kistemaker (2006, p. 17) comenta que O título de Atos acrescentado provavelmente no século 2º, é problemático em vários aspectos. Alguns tradutores da Bíblia trazem a designação Atos dos Apóstolos, e contam com o apoio dos pais da igreja primitiva.
Um dos aspectos destes problemas seria o fato da listagem dos 12 apóstolos aparecer apenas no capítulo 1, recaindo a ênfase dos demais capítulos no ministério de Pedro e Paulo. João é mencionado apenas ao acompanhar Pedro ao templo (3.1) e a Samaria (8.14), não sendo registrado por Lucas nenhum dos seus feitos ou palavra específica. Outras propostas de título para o livro foram "Os Atos do Espírito Santo" ou simplesmente "Atos".
Boor (2003, p. 16) entende que o título grego - práxeis apostólon = Ações dos Apóstolos - é o mais apropriado, uma vez que se assemelha com as obras da literatura antiga que relatam de maneira solta e plástica uma série de acontecimentos da vida de homens famosos.
O conteúdo de Atos
Marshall (1982, p. 21-32) lista os seguintes conteúdos:
- A continuação dos atos poderosos de Deus registrados no Antigo Testamento e do ministério de Jesus
- A missão e a mensagem da igreja primitiva
- O progresso da Palavra a despeito da oposição
- A inclusão dos gentios no povo de Deus
- A vida e a organização da igreja
Aplicação prática da lição
A presente lição nos ensina as seguintes verdades práticas:
- A importância do registro de nossa história como contribuição para as gerações futuras.
- A grande contribuição que homens cultos e cheios do Espírito Santo podem dar a igreja. O Dr. Lucas nos prova que erudição combina com simplicidade, clareza e acessibilidade.
- Assim como na igreja apostólica, os problemas atuais com rivalidades, hipocrisia, imoralidades e heresias precisam ser tratados com transparência e urgência.
Referências Bibliográficas
ARRINGTON, L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
BOOR, Weiner de. Atos dos Apóstolos. Curitiba-PR: Esperança, 2003.
KISTEMAKER, Simon. Atos. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v.1
MARSHAL, I. Howard. Atos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
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RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
STOTT, John R. W. A mensagem de Atos: Até os confins da terra. São Paulo: ABU, 2003.
WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.
fonte dos comentários: http://www.altairgermano.net/2010/11/acao-do-espirito-santo-atraves-da.html
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