O maior de todos os “até quando?” é aquele que se refere ao período de tempo que fica espremido entre o dia de hoje e o dia da parúsia. Gostaríamos de saber quanto tempo falta para o segundo advento de Cristo em poder e muita glória. Gostaríamos de saber quanto tempo resta para o fim da história. Gostaríamos de saber quanto tempo falta para assistirmos à cena que põe fim à fome, à opressão, à guerra, ao pecado e à morte. Gostaríamos de saber quando os mortos serão ressuscitados e os vivos, transformados. Gostaríamos de saber quando virão os tais novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça. Gostaríamos de saber quando Deus mesmo estará conosco e enxugará dos nossos olhos toda lágrima.
A ausência de resposta quanto ao tempo não prejudica em nada a credibilidade da promessa. Movidos pelo Espírito Santo, os profetas anunciaram a vinda do Messias, mas não mencionaram quando esse acontecimento se daria. Quando, porém, “chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
Assim será a segunda vinda. O acontecimento é absolutamente certo. Quanto, porém, “ao dia e à hora ninguém sabe” (Mt 24.36). Jesus virá como o ladrão, “numa hora em que vocês menos esperam” (Mt 24.44).
Deus está fora do tempo. Mil anos para Ele “são como o dia de ontem que passou, como as horas da noite” (Sl 90.4). Deus não tem a mesma noção de tempo que a nossa: “para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (2 Pe 3.8).
Além do mais, Deus tem todo direito de fazer surpresas. Porque desperta e sustenta a curiosidade, a surpresa excita e emociona mais do que qualquer evento detalhado e minuciosamente programado.
Nada impede, porém, que perguntemos à sentinela: “Guarda, quanto ainda falta para acabar a noite?” (Is 21.11). A reposta que ela sempre nos dará é esta: “A noite está quase acabando; o dia logo vem” (Rm 13.12).
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