terça-feira, 30 de agosto de 2011

A possível sobrevivência da fé e da ética

Quanto a você, siga o seu caminho até o fim.
Daniel 12.13

Sobrevivência espiritual é o estado de quem continua a viver, a ser, a existir, a despeito ou depois de muitos riscos, muitos perigos, muitas dificuldades, muitas fraquezas, muitos problemas, muita oposição, muitos acontecimentos, muitas surpresas, muitos imprevistos, muita maldade, muito ódio, muitas emboscadas, muitas ameaças, muita pressão, muitas complicações, muitas desgraças, muita loucura. É também o estado de quem continua a viver, a ser, a existir depois do fracasso ou da deserção de outras pessoas, outrora companheiras de jornada. É o estado de quem escapa, de quem resiste, de quem persevera até o fim, de quem não é engolido por um fracasso sem volta. É o estado de quem permanece no barco de porto em porto até chegar ao destino final. É o estado de quem permanece em Cristo até a morte ou até a sua volta em poder e muita glória. É o estado de quem persevera na fé até o fim (Mt 10.22).

A história bíblica é uma história de sobrevivência. Os registros bíblicos falam da sobrevivência de Noé e “mais sete pessoas” (2 Pe 2.5), de Ló e suas duas filhas (Gn 19.15-29; 2 Pe 26.8), de Josué e Calebe (Nm 14.38) e da prostituta Raabe e seus familiares (Js 6.22-25; Hb 11.31). Os sobreviventes são chamados de tições tirados do fogo (Am 4.11; Zc 3.2).

A Parábola do Semeador, contada por Jesus, bem poderia ser chamada A Parábola da Sobrevivência. Pois a semente que foi semeada à beira do caminho, no terreno pedregoso e no terreno cheio de espinhos perdeu-se por completo, antes mesmo de nascer ou depois de nascer, antes de crescer ou depois de crescer. A única que sobreviveu foi a parte da semente que caiu em boa terra. Mesmo assim ela teve de conviver lado a lado com o joio (Mt 13.1-23).

Temos por muito tempo cantado o velho hino que diz nostalgicamente: “Quantos, que corriam bem/ De ti longe agora vão!/ Outros seguem, mas também/ Sem calor vivendo estão”. Conhecemos o não-sobrevivente chamado Dimas, que “amando este mundo”, abandonou o apóstolo e se mandou para Tessalônica (2 Tm 4.10).

Se há sobreviventes é porque há também não-sobreviventes. O número deles não é pequeno e inclui não apenas seres humanos. Pedro se refere aos anjos que pecaram (2 Pe 2.4) e aos muitos irmãos que “abandonaram o caminho reto e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão” (2 Pe 2.15). O caso deles é muito grave, pois “tendo escapado das contaminações do mundo por meio do conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, encontram-se novamente nelas enredados e por elas dominados, estão em pior estado do que no princípio”. Na análise de Pedro, “teria sido melhor que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido”. Para o apóstolo, essas pessoas são como o cão que volta ao vômito ou como a porca lavada que volta a revolver-se na lama (2 Pe 2.20-22).

Abramos os nossos ouvidos para ouvir este precioso recado da parte de Deus: “Quanto a você, siga o seu caminho até o fim” (Dn 12.13).

fonte: www.ultimato.com.br

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