terça-feira, 19 de julho de 2011

Até Quando?

Muitas vezes você já se perguntou, você já perguntou aos outros, você já perguntou a Deus: “Até quando?”

Você não está sozinho. Todos fazem a mesma pergunta. Principalmente em tempos de confusão mental, de mudanças, de escândalos, de corrupção desmedida, de guerras, de sofrimento, de angústia e de doença e morte. Ainda que tênue, essa é uma forma de desabafo.

Essa pergunta nervosa aparece com freqüência na boca do salmista, na boca dos profetas, na boca dos mártires, até mesmo na boca de Jesus e também em sua boca.

Na boca do salmista: “Javé, até quando me esquecerás? Para sempre? Até quando esconderás de mim a tua face? Até quando terei sofrimento dentro de mim e tristeza no coração, dia e noite? Até quando meu inimigo vai triunfar?” (Sl 13.1-2, EP).

Na boca de Jeremias: “Até quando o país ficará de luto, e estará seco tudo o que era verde nos campos?” (Jr 12.4, EP).

Na boca de Habacuque: “Ó Senhor Deus, até quando clamarei pedindo ajuda, e tu não me atenderás?” (Hc 1.2, NTLH).

Na boca dos mártires, aqueles que são torturados e imolados por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que dela têm dado: “Senhor santo e verdadeiro, até quando tardarás em fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da terra?” (Ap 6.10, CNBB).

Na boca do próprio Jesus, por causa das pessoas interesseiras, hipócritas, incrédulas e instáveis que o rodeavam: “Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?” (Mc 9.19, NVI).

Em sua boca: Até quando vou continuar desempregado? Até quando permanecerei solteira? Até quando vamos viver em atrito, eu e minha mulher? Até quando meu marido vai me trair? Até quando minha mulher fará cenas de ciúme em público? Até quando serei um alcoólatra? Até quando meu filho será um dependente de droga? Até quando vou morar neste barraco? Até quando vou continuar endividado? Até quando haverá injustiça, opressão, fome e guerra? Até quando meu marido estará em coma?

Na ânsia de buscar uma resposta para sua dor, você chega a mencionar algum período de tempo, do menor aos maiores. Até quando? Só durante esta noite? Por alguns dias? Por alguns meses? Por alguns anos? Por muito tempo? Para sempre?

Em quase todos os casos, não há resposta à pergunta. Você só a faz porque não sabe quanto tempo o problema durará. Em alguns casos, demora muito. Em outros, “o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria” (Sl 30.5).

Só Deus tem a resposta exata. Mas Ele não tem o hábito de responder a essa oração do modo como a fazemos. Ele nos deixa “em suspense” quanto ao tempo, mas tenta convencer-nos de que as rédeas de tudo o que acontece continuam em suas mãos. Num ato de fé e de confiança na sabedoria, na soberania e no amor de Deus, isso deveria bastar para você.

Certamente, por trás da freqüente pergunta “até quando?”, há uma queixa, às vezes contra a situação, outras, contra o próprio Deus. Dentro de certos limites, isso não constitui pecado, principalmente por causa da misericórdia divina.

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