O dízimo é um teste de fé em que muitos têm sido reprovados. São muitas as desculpas aparentemente teológicas que as pessoas dão para tentar aplacar a sua consciência. Gostaria de abordar aqui as desculpas mais freqüentes.
1. O dinheiro é meu, eu ganhei
É comum a idéia de que temos completa autoridade sobre nossos bens. Mas a realidade é bem diferente: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém” (Sl 24.1). Tudo o que temos vem do Senhor e indiretamente procede do nosso trabalho (1Cr 29.14). Os nossos bens nos pertencem da mesma forma que o quarto do nosso filho pertence a ele. Na verdade, pertence aos pais que deram temporariamente ao filho. Isso é muito mais verdadeiro quando se relaciona a nós que fomos comprados pelo sangue de Jesus (1Co 6.20).
2. Minha oferta é algo entre eu e Deus e ninguém mais
Muitos cristãos pensam que a sua oferta é algo privado e somente Deus pode saber. Eles usam o texto de Mateus 6 como justificativa: “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (v. 3). Mas aqui as palavras de Jesus estão relacionadas com a motivação do coração e não com a privacidade. Sempre que alguém insiste na privacidade é por ter algo a esconder. É vontade de Deus que, como discípulos, prestemos conta da nossa fidelidade uns aos os outros. Ofertar é uma questão que envolve você, Deus e os irmãos.
3. Deus ama a quem dá com alegria, como não me sinto alegre, não dou de forma alguma
“Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9.7), mas isso não significa que você precisa esperar até se sentir suficientemente alegre para dar. A obediência não depende de sentimento. A alegria, normalmente, vem durante ou depois de ofertarmos. Devemos aspirar sermos grandes doadores e a melhor maneira de cultivar a alegria de dar é dando. Se você não sente alegria em ofertar, mude o seu coração, mas não deixe de ofertar.
4. Eu não confio na honestidade dos pastores e líderes, por isso não contribuo
Antes de tudo, precisamos entender que não damos à igreja, mas ao Senhor. É verdade que damos ao Senhor através da Igreja, mas não contribuímos como se fosse pagamento de mensalidade de membros de um clube. Além disso, quem é você para julgar as motivações da sua lide liderança (Mt 7.1,2)? Será que nossos líderes necessitam de se arrepender ou nós é que precisamos rever nossa atitude?
O desconfiado não é confiável. Nós sempre julgamos os outros com base em nós mesmos. Como eu sou sincero diante de Deus, acho que todo mundo é; como eu estou buscando a Deus, acho que os demais fazem o mesmo. Nunca julgue pela aparência, mas somente pela reta justiça (Jo 7.24).
5. Eu gostaria de ofertar, mas eu não tenho o suficiente
Ofertar pode ser um luxo para o rico, mas é um privilégio para o pobre. Muitos dizem que não podem dar, mas o que eles querem realmente dizer é que não podem dar confortavelmente. Ofertar pode significar um sacrifício que precisa de uma medida de fé, algo que a Bíblia nos convida a fazer; e o maior exemplo é o próprio Senhor Jesus. Ele se fez pobre para nos fazer ricos (2Co 8.9). A oferta genuína é um sacrifício do conforto pessoal pelo reino de Deus.
6. Eu estou cheio de dívidas, por isso não posso ofertar agora
Você tem obrigação não somente para com os seus credores, mas antes de tudo para com Deus. Especificamente, a Bíblia nos ensina a dar ao Senhor as primícias, ou seja, o melhor de nossa renda (Pv 3.9). O nosso primeiro cheque deve ser para Deus e ninguém mais. Refreamo-nos em dar porque nos sentimos inseguros, mas Aquele que não poupou o seu próprio Filho não nos negará coisa alguma (Rm 8.32), antes nos suprirá em todas as nossas necessidades (Fp 4.19).
7. Eu quero ofertar, mas agora estou muito apertado
Alguns dos maiores exemplos de generosidade na Bíblia são de pessoas pobres (Lc 21.1-4; 2Co 8.1,2). O receio e a insegurança não são motivos para deixarmos de ofertar. O Senhor sabe do que necessitamos e prometeu nos suprir (Mt 6.32). Se você espera se sentir seguro para ofertar, pode ser que esse dia nunca chegue. A provisão de Deus vem somente depois de ofertamos (2Co 9 6-11). É assim que a fé funciona. Faça prova de Deus (Ml 3.10).
8. Eu sou um jovem e tudo o que tenho é a mesada dos meus pais
É verdade que a época de estudante é notoriamente um tempo difícil em nossa vida financeira. O estudante normalmente não tem dinheiro, mas nem por isso está desobrigado da oferta. Ofertar é um privilégio e responsabilidade de todo discípulo. Independe de idade ou renda. Devemos nos lembrar de que o milagre da multiplicação aconteceu, justamente, porque um jovem resolveu ofertar ao Senhor os cinco pães e os dois peixinhos, que era toda a sua merenda (Jo 6.9).
9. O dízimo não se aplica a nós, mas ao Velho Testamento
É de fato interessante ver que o dízimo, sendo uma parte tão importante do Velho Testamento, seja tão pouco mencionado no Novo Testamento. Devido a isso, alguns concluem que Deus não requer mais o dízimo do Seu povo. Isso, porém, é um engano.
O padrão de Deus para o Novo Testamento é a excelência. Jesus disse: “Ouviste o que foi dito…”. Portanto, se a regra era não matar, agora é nem sequer chamar o irmão de tolo; se era não adulterar, agora é nem sequer olhar com intenção impura; se era 10%, agora Deus requer 100%. João Batista requereu 50% (Lc 3.11) e Jesus requereu 100% (Lc 21.1-4). O dízimo é apenas o ponto de onde partimos e não o nosso alvo final em Deus.
Se um crente não consegue deixar de adulterar, imagine deixar de olhar; se não consegue dar os dízimos, imagine quando Deus requerer algo mais. Além disso, Jesus não aboliu o dízimo, o confirmou em Mateus 23.23. O dízimo vem antes da lei. Abraão o entregou a Deus por meio de Melquisedeque (Hb 7.8).
10. Não dou o dízimo porque Deus não precisa de dinheiro
Deus é o dono de toda prata e todo ouro (Ag 2.8). Ele não apenas não precisa de dinheiro como não precisa de homem algum para servi-lO. Tudo faz parte do Seu treinamento em nossa vida. Pela graça você foi feito servo, ajudante de Deus.
11. A Bíblia diz que cada um deve contribuir segundo tiver proposto no coração. Então, sou livre para ofertar muito, pouco ou nada
É verdade que Paulo disse para cada um contribuir segundo tiver proposto no coração (2Co 9.7). Diante disso, poderíamos pensar que estamos autorizados a sermos egoístas e avarentos. Para vermos o engano, basta irmos ao verso anterior em que Paulo nos estimula a semear muito para colher muito. O desejo dele é que nos sintamos livres para sermos generosos em amor.
12. Estou economizando para comprar uma casa e por isso parei de dar o dízimo momentaneamente
É ótimo que o crente economize e compre o que desejar com o seu dinheiro, mas não com a parte sagrada do Senhor (Lv 27.32). Não faça compromissos com algo que não pertence a você.
13. Mordomia é mais que dinheiro. Eu oferto quando dou meu tempo e meus talentos
Guarde bem este conceito: mordomia é mais do que dinheiro, nunca menos. Servir a Deus implica mais do que dar dinheiro, mas nunca menos. Servir a Deus implica muitas coisas, nunca menos do que ofertar. Quem diz que serve a Deus e não oferta está na verdade se enganando.
Essas desculpas comuns que ouvimos freqüentemente servem para disfarçar ou ocultar a nossa avareza. Meu desejo é que o seu coração seja liberado hoje e você possa ofertar com generosidade e alegria.
Que o Senhor possa nos livra, de dar aquilo que nos sobra. Que possamos dar ao Senhor algo que nos seja valioso. Faça prova do Senhor, Ele abrirá a janela do céu e derramará bênção sem medida sobre sua vida.
Autor: Pr. Aluízio A. Silva
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